Relato da 1ª Reunião do Grupo de Trabalho Geografia e Educação da AGB-SLBH

29/03/2011 15:06

 

A prosa que tivemos nesse sábado passado (dia 26/02), do GT Educação da AGB-BH, teve pouca gente (Conde da AGB, Leonardo da AGB, Bruno da AGB e Diogo de Itabira), mas levantou bastante coisa. Combinamos de rodar esse email pra socializar um pouco disso. Não teve um texto de base pra leitura ou um roteiro pra discussão, mas teve um ponto de apoio: a questão da Educação Popular.

 

O Leo abriu a discussão apresentando entendimentos do que é Educação Popular. Como ela se forma e sua relação que vai além da escola – inclusive de tensão com a dinâmica escolar regular. Deu condições pra gente colocar na panorâmica...

 

Ao mesmo tempo, estávamos presentes professores que tem atuação escolar. Que reconhecem as limitações do nosso cotidiano por vários motivos:

 

- sejam aquelas vinculadas ao espaço escolar no sentido estreito e físico, das paredes e tetos desse caixote que é a escola no sentido usual do termo; a idéia de conhecimento espacial, se pá: trabalho de campo, está presente no nosso entendimento desses lugares que somos trabalhadores e educadores? E a sala de aula, é camisa de força e pode ser subvertida? Ainda mais com o específico de mexer com infância, adolescência, o povo da EJA saudoso da educação que foi retirada décadas atrás?

 

- sejam aqueles da escola como instituição com suas burocracias e hierarquias, tanto as públicas quanto particulares (incluindo aquelas que não vendem vagas, como pré-vestibular comunitário); a prefeitura de BH e a rede estadual foram apontados, mas o Diogo também levantou questões da escola pública de Itabira, de conflitos que convergem e divergem, mas teve que sair mais cedo e precisamos retomar, refletir. A escola que não é pública-estatal-de-cunho-liberal tá numa situação melhor?

 

- sejam aquelas do campo do conhecimento, de qual conhecimento geográfico se ensina e que relação tem com a realidade de vida dos alunos, e mesmo com a nossa realidade de professores de uma formação metropolitana; de exemplo vem aí uma Copa do Mundo que acelera um conjunto de processos metropolitanos: que apropriações e críticas colocamos na perspectiva?

 

- destaque pra fragmentação presente na mobilidade espacial dos deslocamentos frenéticos da força de trabalho docente – lembramos das quilometragens diárias, de dar aula em vários bairros em que não nos reconhecemos; será que os alunos também se reconhecem nessa categoria de análise bairro? A comunidade se realiza de que jeito na metrópole? Tem igreja funcionando três turnos no centro que é espaço associativo e formativo-educativo muito mais que outras espacialidades do bairro... a igreja do professor é qual? o buteco? o veículo coletivo ou individual? e a bíblia? é a revista da avon e a bula do tarja preta?

 

- de maneira que sentimos a necessidade de dar continuidade nessas questões, mas de uma maneira que organize nosso pensamento e nossa prática, pra não ter um momento só de prática e outro só de teorização. Entendemos que o GT de Educação da AGB-BH é uma maneira pra isso, e pra outras que devem aparecer.

 

Entender coletivamente um pouco do que é a Educação foi uma necessidade muito evidente. Propomos a leitura de dois textos pra tentarmos nos afinar – diferente de estar procurando cartilhas a serem aplicadas! Pedagogia da Autonomia do Paulo Freire e O que é Educação? do Carlos Rodrigues Brandão vão ser o nosso ponto de partida. Avaliamos que são livros menores no tamanho, mas que abrem muita perspectiva. Faremos leituras e traremos questões pro próximo encontro do GT.