Texto para o I Fórum de GTs da AGB

21/11/2012 17:45

I Fórum de GTs da AGB, ocorrido entre 16 e 18 de novembro/2012 em Aracaju/SE

A AGB e os GTs

A AGB é uma entidade cuja história, desde a sua fundação em 1934, se confunde com a história da Geografia Brasileira. A Associação - nos seus aspectos políticos, acadêmicos e institucionais - sempre refletiu os movimentos epistemológicos, de relações de poder e de atuação da Geografia.

Na AGB, por exemplo, se fizeram presentes desde (i) uma Geografia que alicerçou o projeto de construção nacional associado ao processo de industrialização (em suas diversas nuances), a (ii) uma Geografia que auxiliou a integração nacional (p. ex., com a metropolização e o planejamento “racional” do espaço visto como conjunto de recursos) pela regulação autoritária de regimes militares, e também (iii) outra Geografia que, no sentido político oposto, se coloca a serviço da democratização e da luta contra a exploração e dominação sociais.

A AGB constituiu-se enquanto um fórum de construção de Geografias, que tem uma história plural e coletiva. A assunção deste caráter plural como algo central transforma a ideia de construção coletiva num princípio estruturador de intervenções e ações, que tem suas trocas, discussões e encaminhamentos nas Reuniões de Gestão Coletiva (RGCs), nas Assembleias, nos Encontros Nacionais de Geógrafos (ENGs) e nos Congressos Brasileiros de Geógrafos (CBGs), arenas principais de tomada de decisão da entidade.

É neste sentido que ganham importância política cada vez maior dentro da entidade, os Grupos de Trabalho (GTs). Eles são pensados como espaços da produção coletiva de posicionamentos da entidade – que, sendo um fórum de construção de Geografias, exerce atuação “na Geografia” e “na Sociedade”.

O que são os GTs?

Os GTs, antes de mais nada, constituem-se em espaços de mobilização dos agebeanos e da própria AGB. Os GTs realizam reflexões, formações e intervenções e se organizam em torno de recortes temáticos atuando sobre determinados problemas concretos. Atuam a partir de determinada demanda social ou proposição interna de ação do próprio GT.

Diferentemente dos grupos de discussão e de estudo, os GTs têm como propósito central privilegiar as ações concretas junto à realidade social, não deixando de incorporar o caráter investigativo e reflexivo. Os GTs, portanto, mostram-se como possibilidade de aproximação da AGB com as organizações e movimentos populares, em que o saber geográfico pode se articular e fortalecer as lutas sociais.

Como funcionam os GTs?

Atualmente, a AGB conta com GTs organizados junto às Seções Locais e os GTs nacionais. Os Gts locais apresentam um funcionamento contínuo e representam as funções mais elementares e abrangentes dos GTs, apresentando organicidade e ações. Já os Gts nacionais são articulações de Gts locais que procuram atuar a partir de demandas e propostas de caráter nacional. No entanto, os Gts nacionais ainda são desafios de realização, pois não chegam a apresentar ainda uma articulação e ação conjunta.

As temáticas gerais dos GTs nacionais são: GT “A Questão Agrária”, GT “AGB e a Reforma Urbana”, GT “Ensino e Formação Profissional”, GT “Assuntos Profissionais” e GT “Meio Ambiente”.

Nestes cinco campos, há também GTs Locais com temáticas específicas, o que coloca a questão da articulação Locais-Nacional como um desafio a ser encarado, sobretudo diante das especificidades e formas distintas de organização e atuação dos GTs Nacionais. Registram-se ainda GTs que se dedicam a outras temáticas e, pela natureza de suas articulações e intervenções, são “GTs locais”, vinculados a Seções Locais da AGB. Outros GTs se organizam de maneira intermitente, p. ex., apenas em encontros – podemos mencionar o GT “AGB em Movimento”, já realizado em vários ENGs.

A partir do exposto acima, nota-se que há uma diversidade na organização dos GTs, o que expressa o próprio caráter plural da AGB. Portanto, não há um modelo pronto de GT. No entanto, mais importante que a forma ou a metodologia de trabalho (embora sejam aspectos importantes), é potencialidade que os GTs têm demonstrado de realizar uma AGB em movimento. Em outras palavras, a concepção de GT se mostra como espaço privilegiado para a reflexão e a intervenção, condizente com uma geografia comprometida com as transformações sociais, aproximando a entidade de organizações e dos movimentos sociais.

Propor e discutir pautas, disseminar discussões, tencionar a comunidade para uma discussão, são também papéis dos GTs. A DEN se coloca como suporte para estas atuações, inclusive mobilizando seus recursos políticos e informacionais à disposição. Página eletrônica da AGB (que pode, inclusive, abrigar fóruns de discussão), Revista Terra Livre (há, atualmente, uma seção destinada as produções dos GTs), AGB em Debate, são recursos à disposição dos GTs para seus encaminhamentos e repercussões de suas discussão. Diálogos institucionais, moções, ofícios institucionais, são ações da DEN e das Diretorias Locais cujo sentido deve emanar de construções coletivas a partir das contribuições efetivas dos GTs

É fundamental a coletivização das dinâmicas dos GTs da AGB. Por isso, a divulgação de tudo o que cada GT realiza (atividades, reuniões, documentos, questionamentos institucionais, fortalecimento de aliados, etc.) deve ser parte do trabalho dos GTs. A visibilidade das ações pode atrair mais agebeanos para a militância no GT, o que fortalece a dimensão da AGB enquanto entidade, instituição, fórum e movimento. Porque a função dos GTs para a AGB é, exatamente, provocar movimentos.

Das formulações dos GTs, podem resultar (i) atividades (de divulgação, de conscientização ou problematização, como mesas redondas, palestras ou cursos sobre os temas, quase sempre articulando atores envolvidos, seja movimentos sociais, professores, acadêmicos, etc.), (ii) fortalecimento de parceiros e lutas sociais (como movimentos sociais, sindicatos, entre outros), (iii) questionamentos institucionais (a órgãos públicos ou entes privados, de acordo com a situação), (iv) ações judiciais (junto a ministério público, p. ex.), (v) formulação de documentos (como ofícios, cartilhas, manifestos, coletâneas de textos, etc.), e, (vi) grupos de discussão sobre os temas. Estes são apenas alguns exemplos das ações possíveis para os GTs, que podem ser encaminhadas no curto, médio ou longo prazo.

O reconhecimento de um GT pela entidade é resultado de seu funcionamento contínuo, de sua articulação com as instâncias da sociedade e da entidade e, efetivamente, de seu diálogo e funcionamento de acordo com a organicidade da entidade – respeitando seus fóruns deliberativos, pautando a entidade e /ou reagindo às pautas que provocam reação dela e que a levam a buscar no GT o fórum de construção de posicionamento.

Propostas para debate- Fórum de GTs

O Fórum de GTs surgiu como proposta da 108ª RGC (Vitória, set/2011) a partir da percepção de que os relatos e debates sobre GTs eram muito ricos e extensos. Tendo em vista a quantidade e qualidade das ações dos Gts, tais discussões passaram tomar bastante tempo nas próprias RGCs.. Além disso, a instância dos GTs já vinha ganhando força política dentro da entidade, havendo assim a necessidade de se aprofundar o debate sobre os mesmos. Sendo assim, houve a ideia de promover um momento (fórum) em que os GTs fossem discutidos em sua concepção, ações, trocas de experiências e formas de articulação.

Programação do I Fórum de GTs da AGB

16/11

17/11

18/11

Manhã..3

Manhã

Manhã

Credenciamento

Momentos de exposição dos trabalhos dos GT`s.

Um local aberto para circulação de dos AGBeanos

Debate

Tema: Ações dos GTs& relação com a Comunidade Geográfica. Ações dos Gts e a Comunicação.

Tarde

Tarde

Tarde

Abertura

Debate

Tema:A conjuntura nacional e os Gts dentro da AGB

Debate

Tema: GTs locais &GTs nacionais

 

Plenária Final

Com os devidos encaminhamentos da Nacional e as Locais

Noite

Noite

Noite

Cada GT’s em seu local debatendo e aprimorando seus conhecimentos

 

Encerramento das GT’s e criação de possíveis diálogos entre GT’s com temáticas afins. (Todos os GT’s Presentes)

 

 

Apresentação Cultural